E implementei mudança no blogue - o título - como que movido pelos anseios mudos de alguns leitores; agora chamem-no A Casa de Usher, que nomeia um dos mais fantásticos contos de Edgar Allan Poe. Roderick Usher é uma amigo de infância do narrador - personagem cujo nome não se refere. Este é convocado a visitá-lo e descobre mudanças surpreendentes na vida e no procedimento do velho Usher, um hipocondríaco de hábitos sombrios e que mora num casarão em cuja descrição Poe se esmera de sorte a deliciar-nos, revelando-nos uma mansão antiga sob nuvens baixas e opressoras - "uma simples casa de propriedade, as paredes áridas, as janelas semelhando a olhos vazios, perdidos no nada, um pequeno canteiro de junças, e uns poucos troncos brancos de árvores apodrecidas..." Assim descreve os primeiros caracteres daquela mansão fantástica que exerceu profunda influência sobre Usher. Como Poe prega em sua Filosofia da Composição, o escritor deve elaborar sua obra com a consideração de um efeito e esse efeito que Poe busca atingir em A Queda da Casa de Usher é o terror, o medo na sua forma mais cruenta que ele já introduz nas páginas iniciais do conto.
Para atingir esse efeito, o conjunto do conto deve estar intimamente ligado a ponto de impor o cenário dominante onde ocorrerão os sucessos espetaculares de medo e desespero ante o desconhecido: o clima é frio, melancólico, domina o inverno ou o outono, pois as folhas caem e ar é cortante; a paisagem é plúmbea, consternadora, invadindo o espírito de modo brutal e terrificante. Os acontecimentos havidos entre o narrador e Usher são perfeitamente estranháveis e estarrecedores, pois a atmosfera sombria é conservada em tudo. A doença dos irmãos gêmeos Usher e Lady Madelaine, a linearidade da descedência familiar, isto é, sem ramificações, as leituras sinistras e assombrosas (e no entanto deliciosas!), as obras de arte, as composições, as improvisações musicais do hipocondríaco à guitarra, suas supertições terríveis acerca da influência que a casa exerceu sobre ele e sua família, os efeitos devastadores que causavam a composição do lago obscurecido, a disposição das pedras, as torres cinzentas, enfim, tudo a respeito da casa pareceu-lhe determinar o destino, trazendo-lhe à moral e à existência um efeito medonho e escatológico.
É uma parte interessantíssima a da condição da irmã Madeleine. Sua doença era um absurdo desafio aos médicos que renderam-se à impossibilidade de cura. A infeliz enferma era afligida, segundo diagnóstico, por uma apatia fixa e torturante que frequentemente a abatia e derreava à cama, até que, por fim, sucumbiu à força extenuante daquele flagelo silencioso e partiu do mundo dos vivos. Inspirado pela leitura de um manual antigo de uma igreja esquecida e, particularmente, sengundo ele, devido à natureza da doença da defunta, Usher decidiu preservar o corpo da irmã durante uma quinzena para a realização de um ritual descrito na obra.
O excesso se percebe em tudo até o clímax do conto com o desaparecimento da casa sob os estrondosos e mortíferos ventos de uma tempestade.
Eis a razão por que escolhi o titulo e tenham-no!!!
Para atingir esse efeito, o conjunto do conto deve estar intimamente ligado a ponto de impor o cenário dominante onde ocorrerão os sucessos espetaculares de medo e desespero ante o desconhecido: o clima é frio, melancólico, domina o inverno ou o outono, pois as folhas caem e ar é cortante; a paisagem é plúmbea, consternadora, invadindo o espírito de modo brutal e terrificante. Os acontecimentos havidos entre o narrador e Usher são perfeitamente estranháveis e estarrecedores, pois a atmosfera sombria é conservada em tudo. A doença dos irmãos gêmeos Usher e Lady Madelaine, a linearidade da descedência familiar, isto é, sem ramificações, as leituras sinistras e assombrosas (e no entanto deliciosas!), as obras de arte, as composições, as improvisações musicais do hipocondríaco à guitarra, suas supertições terríveis acerca da influência que a casa exerceu sobre ele e sua família, os efeitos devastadores que causavam a composição do lago obscurecido, a disposição das pedras, as torres cinzentas, enfim, tudo a respeito da casa pareceu-lhe determinar o destino, trazendo-lhe à moral e à existência um efeito medonho e escatológico.
É uma parte interessantíssima a da condição da irmã Madeleine. Sua doença era um absurdo desafio aos médicos que renderam-se à impossibilidade de cura. A infeliz enferma era afligida, segundo diagnóstico, por uma apatia fixa e torturante que frequentemente a abatia e derreava à cama, até que, por fim, sucumbiu à força extenuante daquele flagelo silencioso e partiu do mundo dos vivos. Inspirado pela leitura de um manual antigo de uma igreja esquecida e, particularmente, sengundo ele, devido à natureza da doença da defunta, Usher decidiu preservar o corpo da irmã durante uma quinzena para a realização de um ritual descrito na obra.
O excesso se percebe em tudo até o clímax do conto com o desaparecimento da casa sob os estrondosos e mortíferos ventos de uma tempestade.
Eis a razão por que escolhi o titulo e tenham-no!!!
2 comentários:
Olá Pedro
Edgar Allan Poe. Sou fã deste escritor, tenho tudo dele. Muito embora seja um escritor (maldito) mas eu ADORO-O!
Pois que seja "A CASA DE USHER"
Beijinhos
Bfs
Betty,
Agrada-me saber que és uma entusiasta de Poe, assim como eu! Formei há pouco com alguns amigos a "Sociedade Poe", uma agremiação que traz no seio amantes da literatura maldita como a de Poe e Baudelaire!
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