16 novembro 2005

Galego

Tenho uma sonante queixa! Lástima! Lástima! Há muito tenho me empenhado em conhecer a normatização da língua galega, para isso hei buscado em todos os lugares óbvios de minha cidade gramáticas galegas ou, pelo menos, manuais explicativos sobre os mecanismos e a história da língua.
Devassei os sebos e as livrarias - amigos galegos, sabeis o que é sebo? Aqui no Brasil é uma designação comum para estabelecimentos de venda de livros usados e antigos. Provavelmente deriva da expressão
ensebar, que vem mesmo de sebo na sua acepção metafórica, possivelmente, passar de uma mão à outra, isto é, mudar de proprietário, de leitor. Atualmente, o termo parece estar restrito ao sudeste e ao sul do Brasil, enquanto que no nordeste prefere-se o termo alfarrábio, que é na verdade a designação do próprio livro ou revista usada, mas os nordestinos generalizaram o uso por extensão, uma espécie de metonímia, e a palavra se fiormou. Assim, vasculhei os sebos, dos mais recentes ao mais antigos e nada encontrei que me satisfizesse.
Meu interesse pelo galego tornou-se-me uma acossa, posto que me chamam muito a atenção características peculiares do galego que o tornam um reflexo português arcaico. O uso do "x" no lugar do "j" e "g" portugueses me impressionam bastante. Fico a imaginar um galego-falante aqui no Brasil, causando estranhamento com frases como
" Xa está, solteino todo...Despois a realidade (...) díxome que seguía alí, e que con palabras non a podía cambiar." (*) ( Elianinha, se estás a ler esta postagem, não te preocupes, preservarei os direitos autorais :D).
Parece-me, e eu não gostaria de concluir assim, que meu estado é um péssimo modelo na difusão da cultura de línguas de origem ibérica, contribuindo isso para sua já andante desvalorização, haja vista já sermos homiziados pelo preconceito dos que vivem em regiões mais desenvolvidas do país.

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