Como expressou-se o poeta, "Às vezes uma dor me desespera.../Nestas ânsias e dúvidas em que ando, /Cismo e padeço, neste outono, quando / Calculo o que perdi na primavera." É um dobre choroso que o poeta verte, o próprio nome do soneto o diz "Remorso".
Pois, às vezes, uma dor me desespera e me invadem ganas violentas voltar-me contra tudo ao meu redor, num ato de abandono. Sim, sinto-me no desejo de correr o mundo algures e mandar às favas o que me prende aqui. Na minh'alma, esse clamor existencialista doloroso, esse desepero por contatar a mais absoluta verdade real: a vida humana é o mais miserável de todos os absurdos, a mais insensata de todas as existências. Punge-me a vontade de viver a intensidade e a plenitude da carreira reservada ao homem nessa terra. Diante da inultrapassabilidade do espectro da morte e do nada que se lhe segue, calculo o que tenho deixado de fruir e me empenho na busca do tempo perdido. Procurar amigos aqui, ali, alhures, sorrir-lhes uma afeição sem eco no mundo dos homens, abrir a alma a uma compaixão soberana, eliminar a autovontade, que é a feral representação do egoísmo.
Eis aí um projeto a começar...
Um comentário:
Às vezes compartilho deste seu sentimento/sofriemnto, às vezes nem sei...
Mas me faço acreditar que algum motivo há nesta existência, pra não me entregar a loucura...
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