11 abril 2005

CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS JÁ!!!

O colunista Fiuza, em sua matéria “O Papa Empalhado”, a começa com a intercalação das seguintes frases, não sei se tiradas por ele ao convívio com os jornalistas que, nessa semana de exéquias papais, ouviram ou leram sobre o afã que tomou as atalaias da carcaça do papa, ou não sei se imaginadas por ele diante do referido afã: “Ajeita o pé do papa que tombou de novo! A cabeça tá balançando, não inclina! Fecha a boca do Papa!”.
Essas frases, se verdadeiramente proferidas ou não, num dos maiores espetáculos jornalísticos de todos os tempos, apontam para uma realidade infeliz e perversa no âmbito da religião – o declínio da idealidade espiritual. Com efeito, tal fato não é tão inédito e nem deve provocar surpresa nos observadores para quem importa a preservação da pureza doutrinária que a Igreja Católica abandonou há séculos, com suas práticas idolátricas, seus dogmas desafiadores da sã doutrina exarados em espicilégios e hagiografias múltiplas.
Ultrajou-me por demais ver durante a semana dos funerais um verdadeiro espetáculo de veneração a uma carcaça sem vida. Longe de mim maldizer um morto, ou um vivo, não faz diferença, quando não há razões imediatas, mas eu lastimo a degradação espiritual a que humanidade chegou, ao erguer um ídolo entre ela e o próprio Deus, verdadeiro e único objeto de veneração.
Como já disse o próprio Fiuza: “Se os fiéis que entopem os funerais do papa declaram sentir-se, diante de sua figura mumificada, como se estivessem na presença de Deus, é preciso parar tudo e mandar todo mundo de volta à primeira comunhão. Lição número um: Deus é espírito.” Sim, Deus é espírito e, conforme deitou Paulo nas páginas bíblicas, “é necessário que todo aquele que dEle se aproxima para adorá-lo, o façam em espírito e em verdade”. Em espírito, pelo reconhecimento de que ELE não está limitado a espaços nem a corpos, para receber veneração materialista; em verdade, pelo conhecimento que a bíblia registra, de que só existe um mediador entre Deus e os homens, a saber: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo;” (1 Timóteo 2.5).
O culto cadavérico visto a olhos pasmos pelos sinceros é uma prova cabal de que Deus foi substituído no coração da humanidade, e a Babilônia Espiritual embriagou-se, naquele momento, com a adoração cega e mal direcionada de uma turba desinformada das verdades eternas, “levada em roda pelos ventos de doutrina”, destronando, no centro de sua vida, o Deus único e perfeito; derribando o seu altar e substituindo pelo de um homem comum como todos os homens, imperfeito e perecível como todos os homens.
A imagem mórbida do papa foi conduzida perante a multidão extasiada, num claro simbolismo estéril e enganoso em que a religiosidade se confundia com mercadologia política. Lamente-se!

3 comentários:

Pedro Lima disse...

Dos galegos? Um povo que aprendi a admirar!!!

Lua disse...

Pronto pronto... Pedrinho, uma passagem rápida apenas para dizer tem um excelente fim-de-semana! Prometo voltar com tempo para beber um chá aqui no teu cantinho.
Beijinho.

*Carol* disse...

Falou e disse nesse post! Muito bem! Tudo o que necessitava ser dito em relação a morte do papa...
Valeu pelos comments! Aparece por lá mesmo!