19 julho 2005

NOSFERATU


Um tema fascinante, de evidência irresistível, profundo e violento, eis o vampirismo. Desde as lendas antigas arraigadas na cultura européia até as literaturas modernas, o vampiro se faz presente na sua imponência, na sua majestade sombria, no seu mistério impenetrável. Um mito de séculos, mas tão real quanto qualquer crença, desde que a imaginação e o fascínio pelo hórrido, pelo macabro o tornem vivo.
Apesar de ter sido absorvida pela cultura de massa e muitos de seus aspectos terem sido banalizados por uma exploração vulgar, a figura do vampiro continua sendo apaixonante, malgrado os óbices religiosos que eu próprio confesso professar. Sim, é demoníaco e tenebroso? Quem segue sua trilha de sangue, a sua jormada medonha pelos séculos faz uma concessão a Satanás? Sim e não, pois o fascínio que ele desperta não é apenas objeto de culto, mas, necessariamente, de pesquisa antropológica.
Quantas vezes não foi a figura do vampiro um meio de expressão metafórica para traduzir as angústias humanas despertadas pela ânsia diante da morte? O desejo de eternidade que sempre permeou a alma do homem que se debatia por afugentar o espectro da morte do átrio do banquete universal.
Trabalhando tais questões, decobri, recentemente, VOIVODE – Estudos Sobre Vampiros – uma obra que me espicaçou o interesse e que se propõe analisar essas e outras questôes, apresentando o tema nas suas realidades histórica e cultural, oferecendo textos que exploram o seu rico universo mítico; ademais, VOIVODE também se preocupa em averiguar a projeção não apenas literária do vampiro, mas também psicológica e antropológica.
Obra imprescindível para todo aquele que se banqueteia com um mistério que povoa o imaginário humano há séculos.

2 comentários:

Marla Singer disse...

Apaixóame o tema do vampirismo como figura mítica e mística da cultura occidental. Non dubidarei en procurar esa obra.

Pedro Lima disse...

No endereço mencionado, podes encontrar bibliografias de inúmeras outras. Bom banquete!